A ascensão do jovem interiorano Cristiano Vilhena (Francisco Cuoco), que, seduzido pelo poder, põe em risco sua felicidade ao lado da mulher, Simone (Regina Duarte), é o mote da trama. A ambição aproxima o protagonista do vilão Miro (Carlos Vereza), capaz de tudo para eliminar qualquer obstáculo à ascensão social de Cristiano. Miro sugere até mesmo a morte de Simone. Após muitos contratempos, o casal consegue se entender e ser feliz.
Autoria: Janete Clair | Direção: Daniel Filho e Walter Avancini | Codireção: Reynaldo Boury e Milton Gonçalves | Período de exibição: 10/04/1972 – 23/01/1973 | Horário: 20h | Nº de capítulos: 243
Abertura da novela Selva de Pedra – 1ª versão (1972).
EXCLUSIVO MEMÓRIA GLOBO
Webdoc sobre a novela Selva de Pedra – 1ª versão com entrevistas exclusivas do Memória Globo.
Entrevista exclusiva da atriz Gloria Pires ao Memória Globo em 16/04/2012, sobre o início de sua carreira, em uma participação na abertura da novela “A Pequena Órfã” (1968), da TV Excelsior, até a entrada na novela “Selva de Pedra – 1ª versão”, na Globo.
TRAMA PRINCIPAL
O jovem Cristiano Vilhena leva uma vida simples e sem maiores perspectivas em Campos, no interior do Rio de Janeiro. Seu pai, o beato Sebastião (Mário Lago), é um pastor evangélico que o obriga a tocar o bumbo durante seus sermões na praça da cidade. Sua família sobrevive do pouco dinheiro que ganham vendendo medalhas e flores artificiais durante os sermões. Alvo da zombaria dos outros rapazes, Cristiano acaba brigando com um deles, que puxa uma faca e, durante a briga, acaba sendo vítima de sua própria arma, morrendo em seguida. A única testemunha da cena é a jovem escultora Simone Marques (Regina Duarte): sabendo que Cristiano é inocente, ela o abriga em sua casa. Com medo de ser acusado pela morte do rapaz, Cristiano deixa a cidade com Simone para morar no Rio de Janeiro (na Guanabara, antiga capital fluminense).
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Francisco Cuoco e Regina Duarte em Selva de Pedra – 1ª versão, 1972 — Foto: Acervo/Globo.
TRAMAS PARALELAS
Neuza Amaral sobressaiu no papel de Walkíria. A personagem assassina o amante, Sérgio (Eliano de Souza), por ciúmes da filha, Flávia (Sônia Braga), e depois assiste, impassível, à cena em que a jovem, traumatizada a ponto de perder a fala, é responsabilizada pelo crime.
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Sonia Braga em Selva de Pedra 1ª versão, 1972 — Foto: Acervo/Globo
PERSONAGENS
Carlos Vereza teve um desempenho brilhante e elogiado pela crítica no papel de Miro, o vilão manipulador e, ao mesmo tempo, carente e carismático. Ele conta que usou as próprias emoções e seu universo interior para construir o personagem, cheio de sentimentos contraditórios. Alguns detalhes criados pelo ator para a personalidade de Miro acabaram sendo incorporados por Janete Clair, como a paixão pela cantora Ângela Maria. A autora passou a incluir nos scripts pequenas notas pedindo que Vereza improvisasse imitações da cantora durante uma ou outra cena. Os diálogos de Miro eram repletos de gírias, e Carlos Vereza criou uma que acabou caindo na boca do povo: a expressão “amizadinha”.
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Carlos Vereza e Francisco Cuoco em Selva de Pedra – 1ª versão, 1972 — Foto: Acervo/Globo
BASTIDORES
Aproximadamente 400 fitas de videoteipe foram utilizadas para gravar e editar os 243 capítulos de 'Selva de Pedra'. Posteriormente, as fitas foram reaproveitadas. Nos arquivos da Globo, consta apenas o compacto de 76 capítulos, exibidos em 1975 em substituição a 'Roque Santeiro', vetada pela Censura Federal.
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Bastidores de gravação de Selva de Pedra - 1ª versão, 1972 — Foto: Acervo/Globo
CENSURA
A sinopse previa que Cristiano (Francisco Cuoco) se casaria com Fernanda (Dina Sfat) depois que Simone (Regina Duarte) fosse considerada morta no acidente de carro. Mas a Censura Federal proibiu que isso acontecesse, alegando que a personagem continuava viva e que, se Cristiano se casasse novamente, estaria incorrendo no crime de bigamia. Para os censores pouco importava se o personagem de Francisco Cuoco acreditava que Simone estava morta: o público sabia a verdade, e isso era o bastante para vetar a cena. Com a proibição, 22 capítulos que já estavam prontos precisaram ser reescritos. Janete Clair escreveu sete capítulos em um único fim de semana e, assim, reestruturou a novela. Com a modificação na história, Fernanda é abandonada no altar.
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Regina Duarte e Francisco Cuoco em Selva de Pedra – 1ª versão, 1972 — Foto: Acervo/Globo
CENAS MARCANTES
Cena em que o carro de Simone (Regina Duarte), perseguido por Miro (Carlos Vereza), capota na estrada
A cena em que Simone (Regina Duarte) é desmascarada pelo delegado na frente de Cristiano (Francisco Cuoco) e, sem saída, confirma que Rosana Reis não passa de uma farsa
Cena em que Fernanda (Dina Sfat) prende Simone (Regina Duarte) em uma cabana.
Cena em que Cristiano (Francisco Cuoco) reconhece Simone (Regina Duarte), mas ela afirma ser Rosana Reis, irmã gêmea de Simone.
Cena em que Miro (Carlos Vereza), totalmente perturbado, começa a andar a pé por entre os carros, assaltado por lembranças dos pais, e morre atropelado
Cena final da novela, em que Cristiano e Simone passeiam pelo navio que Caio os presenteou
FONTES
Depoimentos concedidos ao Memória Globo por: Carlos Vereza (14/06/2002), Daniel Filho (31/07/2000), Francisco Cuoco (03/04/2002), Ida Gomes (23/04/2001), Regina Duarte (14/03/2005), Neuza Amaral (21/05/2009), Arlete Salles (30/01/2002 e 24/06/2010), Glória Pires (14/08/2006), Kadu Moliterno (29/05/2006), Emiliano Queiroz (15/12/200); Centro de Documentação da TV Globo; ALENCAR, Mauro. A Hollywood Brasileira: Panorama da Telenovela no Brasil. 1ª ed. Rio de Janeiro, Senac, 2002, p.137; FERNANDES, Ismael. Memória da Telenovela Brasileira. São Paulo, Brasiliense, 1997, pp. 157-159; FERREIRA, Mauro. Nossa Senhora das Oito – Janete Clair e a Evolução da Telenovela no Brasil. Rio de Janeiro, Mauad, pp. 67-74; Melhores Momentos – A Telenovela Brasileira. Rio de Janeiro, Rio Gráfica Editora, 1980, pp.204-205; MEMÓRIA GLOBO. Dicionário da TV Globo, v.1: programas de dramaturgia & entretenimento. Rio de Janeiro, Jorge Zahar Editor, 2003, p. 35-36; RITO, Lúcia. “O país mostra a cara na TV” In: Veja, ed. esp. 09/2003; www.teledramaturgia.com.br; acessado em 04/2006; www.us.imdb.com, acessado em 04/2006. MEMÓRIA GLOBO. Guia Ilustrado TV Globo – Novelas e Minisséries. Rio de Janeiro, Jorge Zahar Editor, 2010; XAVIER, Nilson. Almanaque da Telenovela Brasileira. São Paulo, Panda Books, 2007.
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